A reforma trabalhista, que alterou mais de 100 dispositivos da CLT, apresentou resultados expressivos em relação à média de causas que entram na Justiça do Trabalho.
De
acordo com o TST, a média mensal de processos em 1ª instância recebidas
pelos tribunais de todo o país era de aproximadamente 200 mil.
Em
dezembro, um mês após a nova legislação, a média passou para 84,2 mil.
Para a diretora da câmara privada Vamos Conciliar, Perla Cruz, a mediação extrajudicial é benéfica ao contencioso trabalhista.
"Acredito
que o principal eixo da Reforma é o prestígio do acordo, que busca
promover o diálogo e dar poder para as partes negociarem seus
interesses, sem a intervenção de um terceiro", explica a diretora.
A 1ª vara do Trabalho de
Araucária e Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba/PR, revelou
que o número de processos trabalhistas caiu 62% no primeiro trimestre
em relação ao mesmo período de 2017.
No
Ceará, de acordo com o programa dos Núcleos de Mediação Comunitária do
MP/CE, a mediação solucionou 86% dos conflitos que foram à Justiça.
"É muito bom perceber que os números estão crescendo. Este ano, no primeiro trimestre, realizamos mais de 100 acordos trabalhistas. Percebemos que há uma crescente busca."
Com este cenário, Paula
conta que a mediação trabalhista se destaca, pois é um processo
autocompositvo, no qual as partes são auxiliadas por um terceiro
imparcial e neutro ao conflito – o mediador.
"O papel desse profissional é criar uma ponte entre os envolvidos na ação facilitando a comunicação entre eles, fazendo com que os dois possam compreender melhor a posição do outro e solucionarem o conflito de maneira amigável."
Segundo Paula, a
composição trazida pela reforma trabalhista apresenta uma alternativa
para evitar ações na Justiça do Trabalho, proporcionando a segurança
jurídica na realização de acordos fora do Poder Judiciário.
"A composição é vantajosa tanto para o empregador que evitará ações futuras sem fundamento, bem como possibilitará ao empregado o recebimento rápido de seus direitos, que somente seriam reconhecidos após a proposta de uma ação trabalhista. Ou seja, com o método autocompositivo, os envolvidos se aproximam de uma solução mais próxima do ideal. Sempre batemos na tecla de que a Justiça precisa ser utilizada com consciência e que a solução pacífica de conflitos é a melhor forma de resolver um conflito de interesses. Essas reduções significam muito para os juízes, agora, eles possuem um tempo mais compassado para o trabalho."
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